O Ministério do Trabalho anunciou no início da noite deste sábado (14) a suspensão por 30 dias dos recursos repassados pela pasta a 408 convênios ativos com organizações não-governamentais. A decisão foi tomada pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, após reunião fechada com técnicos e assessores do ministério.
O anúncio foi feito na mesma semana em que dois secretários do ministério deixaram a pasta. A demissão deles ocorreu depois de a Operação Esopo, deflagrada pela Polícia Federal, prender 22 pessoas suspeitas de envolvimento um suposto esquema de desvio de recursos públicos.
“Vamos fazer um pente-fino nesses contratos. Nossos técnicos vão percorrer os estados, ver como contratos estão sendo feitos. […] Vamos constatar se eles estão sendo corretamente executados. Onde forem levantado indícios ou provas de irregularidades, os convênio serão cancelados”, disse Manoel Dias ao G1.
Segundo a PF, o suposto esquema de desvio de recursos funcionava com a participação do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania, uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip). A PF informou que o instituto era uma entidade de fachada que mantinha contratos com o ministério para realizar projetos que eram superfaturados ou não eram executados.
O ministério informa que desde 2011 não firma contratos diretamente com o instituto apontado na investigação, e que já recomendou a estados e municípios que suspendam os convênios ainda existentes com esta Oscip. Na próxima segunda, o ministro Manoel Dias tem reunião agendada na Casa Civil para para discutir a participação de outros órgãos do governo na análise que a pasta fará nos 408 convênios suspensos. (G1/TV Globo)