Da AFP
“O risco de o conflito ocorrer com suas consequências terríveis parece ter diminuído, graças à inteligente iniciativa russa”, ressaltou Fidel em sua coluna com data de 10 de setembro, dia em que o regime de Damasco aceitou a proposta da Rússia de submeter seu arsenal químico ao controle internacional e destrui-lo.
Fidel Castro, de 87 anos e afastado do poder há sete, destacou que a Rússia “se manteve firme diante da insólita pretensão do governo dos Estados Unidos, ameaçando lançar um ataque demolidor contra as defesas sírias que poderia custar milhares de vidas ao povo desse país e desencadear um conflito de consequências imprevisíveis.”
“O chanceler russo, Serguei Lavrov, falou em nome do governo desse valente país e talvez contribua para evitar, neste momento, uma catástrofe mundial”, acrescentou o líder cubano.
A inciativa russa levou Washington e Moscou a chegarem neste sábado (14) a um acordo em Genebra para desmantelar o arsenal químico da Síria, depois de três dias de negociações entre Lavrov e o secretário de Estado americano, John Kerry.
O pacto, que obriga Damasco a apresentar uma lista de suas armas químicas dentro de uma semana, prevê que o Conselho de Segurança da ONU adote uma resolução autorizando o uso da força contra a Síria, caso o regime de Bashar al-Assad viole o compromisso estabelecido.
Repercussão
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou neste sábado o acordo alcançado entre Rússia e Estados Unidos sobre o arsenal químico sírio e expressou sua esperança de que isso leve ao fim do “horrível sofrimento” dos sírios, informou seu porta-voz.
O Reino Unido “saúda” o acordo entre Estados Unidos e Rússia para a eliminação do arsenal de armas químicas sírio, declarou neste sábado o chefe da diplomacia britânica, William Hague, afirmando que a tarefa ‘urgente’ de aplicar o texto vai começar a partir de agora.
“Conversei com o secretário (de Estado americano John) Kerry. O Reino Unido saúda o acordo Estados Unidos-Rússia sobre as armas químicas na Síria”, declarou Hague em seu perfil no Twitter. “Um trabalho urgente de aplicação (do acordo) vai começar agora”, acrescentou.
O líder da oposição síria, chefe do Conselho Militar Supremo, general Selim Idris, disse neste sábado (14) que o acordo entre Estados Unidos e Rússia é um golpe contra a revolta de dois anos e meio que tenta derrubar o presidente Bashar al-Assad.
O general Selim Idris disse que o acordo permitirá que Assad se livre da prisão pelas mortes de centenas de milhares de civis no ataque químico em Damasco em 21 de agosto. Assad negou ser responsável pelo ataque.