Motorista compra três carros com motor clonado em leilão da PM

Raquel Morais, do G1

O motorista Silvano da Silva Couto tenta há dez meses transferir para o nome dele três carros comprados em leilão feito pela Polícia Militar do Distrito Federal. Arrematados em outubro de 2012, por R$ 6 mil cada, os veículos não puderam ser transferidos porque têm motores clonados. A PM afirma que o erro é do fabricante.

O problema foi descoberto poucos dias depois de Couto receber os veículos, todos do modelo Blazer, ano 2002, e reformá-los. Ele os levou ao Detran para vistoria, que apontou a irregularidade e impediu a transferência. O motorista diz que desde então tenta resolver a pendência na PM, sem sucesso.
Eu me sinto feito de otário. Já perdi as contas de quantas vezes fui pessoalmente ou liguei. É para lá de dez. Já compro carro em leilão há muitos anos, nunca vi isso. A sensação que fica é de que a gente não pode confiar”
Silvano da Silva Couto

“Eu me sinto feito de otário. Já perdi as contas de quantas vezes fui pessoalmente ou liguei. É para lá de dez. Já compro carro em leilão há muitos anos, nunca vi isso. A sensação que fica é de que a gente não pode confiar”, desabafa.

Por não ter feito a transferência, Couto já foi multado em R$ 127 pelo Detran. Ele afirma que é a primeira penalidade em mais de 15 anos. O órgão foi procurado pelo G1, mas não deu retorno até a publicação desta reportagem.

Para a presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB do DF, Ildecer Meneses de Amorim, o caso é grave. “É preciso descobrir onde começou o problema. Se esses carros já saíram de fábrica com o motor clonado e o Detran autorizou a primeira transferência, ele foi co-responsável. Se não, é necessário saber quando e como, dentro da PM, essas antigas viaturas deixaram de ter o motor original.”

Ildecer disse ainda que o motorista pode requerer danos morais e materiais pela situação que está vivendo. Por telefone, o Tribunal de Justiça informou que ele pode entrar com três ações diferentes na Defensoria Pública.

G1 procurou ainda a General Motors, fabricante dos veículos. mas não recebeu resposta. A PM se limitou a dizer que não tem previsão para solucionar a situação.

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