Do G1
Na segunda, o secretário-adjunto de Saúde do DF, Elias Miziara, afirmou que o bebê estava sendo medicado com dois antibióticos e reagia bem ao tratamento. A criança nasceu prematura no Hospital de Taguatinga após uma gravidez de risco.

“É uma criança que nasceu com uma infecção e de cara a suspeita foi de que se tratava de uma bactéria super resistente, e por isso foi instaurado todo o tratamento de imediato”, disse Miziara.
“É importante ter em mente que é uma criança nascida de uma gestação de alto risco, que nasceu prematura, com baixo peso. São esses componentes que levam a que o bebê possa ter essa infecção. Não é uma situação de rotina”, disse.
O centro obstétrico do HRT passou por uma higienização completa no sábado, quando ficou cerca de cinco horas fechado.
Mortes pela bactéria
Entre 1º de janeiro e 15 de outubro de 2009, 18 pacientes morreram por conta da KPC no Distrito Federal. No mesmo período, foram registradas 183 pessoas portadoras da bactéria, das quais 46 tiveram infecção.
Em 2010, casos notificados de pessoas infectadas pela KPC levaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a instituir normas de combate à bactéria. Entre as medidas anunciadas estava a instalação de dispensadores de álcool em gel em todos os ambientes de atendimento nos hospitais e clínicas públicas e particulares.
Como surge uma superbactéria
“Superbactéria” é um termo que vale não só para um organismo, mas para bactérias que desenvolvem resistência a grande parte dos antibióticos. Enzimas passam a ser produzidas pelos micro-organismos devido a mutações genéticas ao longo do tempo, que tornam grupos de bactérias comuns como a Klebsiella e a Escherichia resistentes a muitos medicamentos.
Outro mecanismo para desenvolvimento de superbactérias é a transmissão por plasmídeos, que são fragmentos do DNA que podem ser passados de bactéria a bactéria, mesmo entre espécies diferentes. Uma Klebsiella pode passar a uma Pseudomonas, e esta pode passar a uma terceira. Se o gene estiver incorporado no plasmídeo, ele pode passar de uma bactéria a outra sem a necessidade de reprodução.
No território nacional, além da KPC, circulam outras bactérias multirresistentes, como a SPM-1 (São Paulo metalo-beta-lactamase).