
Com pesquisas de opinião mostrando que até dois terços dos franceses se opõem a uma intervenção na Síria, vários políticos conservadores, centristas e verdes fizeram um apelo para que seja realizada uma votação parlamentar especial. Mas veteranos do Partido Socialista rechaçaram a proposta.
– Em uma situação complicada como esta, é preciso se ater a princípios, em outras palavras, à Constituição, que não obriga o presidente a realizar uma votação, nem mesmo um debate – afirmou à rádio France Info a chefe da Comissão de Assuntos Exteriores, Elisabeth Guigou.
Segundo ela, a realização de uma votação não faz sentido politicamente e colocaria a França em uma situação complicada caso o Parlamento votasse a favor da ação e, em seguida, o Congresso americano votasse contra.
O ministro do Interior, Manuel Valls, também defendeu que a Constituição seja respeitada. Para a ministra da Saúde e dos Assuntos Sociais, Marisol Touraine, não há razão para que o pedido dos opositores seja atendido.
– Há um quadro e devemos respeitá-lo – disse ela.
A favor da votação, Alain Juppé, ex-premier e ministro dos Negócios Exteriores no mandato do ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy, argumentou que o Conselho de Segurança da ONU não tinha feito qualquer ataque à Síria.
– Estamos em um contexto específico aqui … Seria justificar o voto no Parlamento – disse.
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, deve apresentar provas de que armas químicas foram usadas na Síria nesta segunda-feira, durante encontro com líderes parlamentares.
O dossiê, elaborado pelo Diretório Geral de Segurança Externa (DGSE) e pelo Diretório de Informação Militar (DRM), revelado no domingo pelo “Le Journal du Dimanche”, indica que o regime de Bashar al-Assad tem “um dos arsenais químicos mais importantes do mundo”, e que ele inclui “mais de mil toneladas de agentes de guerra”.
Em relatório apresentado na sexta-feira, os EUA acusaram o regime sírio pelo uso de substância químicas em bombardeios que teriam deixado mais de 1.400 mortos no dia 21 de agosto.
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