O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, confirmou que o governo não sabe quanto receberão os 4 mil médicos cubanos que trará ao país. Seus pagamentos podem ser menores que o salário mínimo brasileiro, porém. Segundo a Fenam (Federação Nacional dos Médicos), o governo cubano paga em pesos conversíveis aos médicos em missões no exterior o equivalente a cerca de US$ 300, dos quais US$ 50 vão para suas famílias, que ficam em Cuba.
Sobram US$ 250, que dão R$ 608 – menos que o piso de R$ 678. “Soubemos por médicos cubanos que trabalharam na Bolívia e na Venezuela”, disse o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira, ao , que verificou valores similares em sites cubanos no exílio.
O ministério pagará R$ 10 mil por profissional do Mais Médicos. Brasileiros e demais estrangeiros ganharão isso, mas, no caso dos cubanos, o valor vai para a Opas (Organização Panamericana de Saúde). Ela o repassará ao governo de Cuba, que pagará só o padrão de seus médicos no exterior.
O ministro Alexandre Padilha diz que Cuba costuma pagar aos médicos de 25% a 40% do que recebe, mas não informou valores. Procurada à tarde pelo , a Embaixada de Cuba informou que só atendia de 10h a 13h.
A Fenam ameaça ir à Justiça. “Se o contrato for semelhante ao que soubemos, tem características de trabalho escravo. Aí, levaremos ao Ministério Público e, se precisar, à Organização Internacional do Trabalho”, diz Ferreira.
O ministério nega. “Estão vindo voluntariamente. Terão previdência paga pelo ministério, Alimentação e moradia pelo município. Dificilmente isso se assemelha a qualquer coisa parecida com escravidão”, diz Barbosa.
