O futuro da mídia impressa

Ricardo Penna

A internet mudou completamente o mercado da mídia impressa no mundo. Segundo estudos do “Future of Media Report”, preparado pela Future Exploration Network, todas as organizações tornaram-se entidades responsáveis pela criação e disseminação de mensagens e informação. A mídia como nós conhecemos perdeu o monopólio da notícia e consequentemente perdeu valor econômico.

Isto não quer dizer que a imprensa está morrendo, ao contrário. O consumo de notícias continuará a crescer assim como o seu faturamento.  Segundo o relatório, o mercado em 2024 será de US$ 5,7 trilhões de dólares. A grande diferença está acontecendo com a multiplicação  das fontes e a intensa segmentação do mercado. O acesso à internet de banda larga tende a acelerar o processo de diversificação e capilaridade das fontes de informação e reduzir drasticamente o market-share da mídia impressa que precisará reinventar-se para sobreviver.

Nichols and McChesney, no ensaio “A Morte e a Vida dos Grandes Jornais Americanos”, publicado na revista Nation, afirmam que a salvação da indústria é transformar os jornais em um apêndice do Estado. Afirmam que o jornalismo deve ser considerado um bem público que deve ser amparado com incentivos fiscais e subsídios. Os fiscais da democracia saltaram de suas cadeiras: a crise que ameaça a imprensa escrita não pode ser curada com um remédio que pode matar o jornalismo independente.

Creio que os autores atiraram no que viram e acertaram no que não viram. A crise da imprensa escrita no Brasil, com a redução na venda e o enxugamento da publicidade, aumenta o risco de torna-la, perigosamente, dependente da receita do governo e refém de suas vontades e caprichos.

 

Tags:

Gostou? Compartilhe!

Últimas notícias
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore