A deputada Liliane Roriz (PSD) usou a tribuna da Câmara Legislativa do DF para desafiar o distrital Chico Leite (PT) a ampliar o prazo da CPI proposta por ele para investigar os contratos do Metrô-DF. A parlamentar defendeu que a comissão apure tudo, desde a criação do projeto até os contratos vigentes. O pedido de uma CPI foi ventilado após denúncias da formação de um suposto cartel para prestação de serviços para a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal.
“Se há má utilização de recursos públicos, não importa se é gestão azul, verde ou vermelha. Se houve irregularidade, tem que ser apurada, investigada e penalizada. Esse deve ser o pensamento do homem público”, discursou. A distrital é filha caçula do ex-governador Joaquim Roriz (sem partido), um dos políticos citados nas denúncias feitas por funcionários da empresa Siemens, que teria participado de um suposto cartel para prestação de serviços no transporte. “Independente de ser filha dele ou não, estou aqui para escrever a minha própria história. Desde que ingressei na vida pública, decidi colocar a coisa pública acima de qualquer questão”, afirmou.
A parlamentar sustentou que não tem motivo para tentar impedir qualquer tipo de investigação no parlamento local. “Se tem uma coisa que eu não sou é covarde. Quero aqui dizer que podem contar com o meu apoio para esta CPI, desde que o senhor [Chico Leite} amplie esse debate e possamos esmiuçar todas essas graves denúncias que estão sendo noticiadas diariamente, não apenas sobre o metrô, mas também nas licitações de ônibus, que são suspeitíssimas”, provocou.A parlamentar sugeriu que o nome da comissão seja alterado para CPI do Transporte Público.
Liliane Roriz solicitou ainda que os parlamentares que estão na base de apoio ao governo de Agnelo Queiroz (PT) também assinem os pedidos de outras CPIs que estão engavetadas na Câmara Legislativa. “Ficará muito estranho para os eleitores esse empenho todo para investigar apenas governos anteriores, sendo que pessoas estão sofrendo com ônibus sucateados, quebrados, e o pior: morrendo nas filas hospitais por completa inversão de prioridades e incompetência deste governo”, analisou fazendo referência às CPIs da Copa do Mundo e da Saúde, que não conseguiram o número mínimo de assinaturas para serem formalizadas.
