
(*) Ricardo Penna
A pesquisa CNI/Ibope confirma as suspeitas já analisadas aos quatro ventos. Os políticos estão em baixa. Pior e mais especificamente, os detentores de cargos no executivo que pretendem tentar a reeleição. O levantamento mostrou que as manifestações de junho sugaram a popularidade de, a exceção do governador de Pernambuco, todos os chefes do executivo estadual, em 10 estados pesquisados.
O survey mostrou também que a Presidente Dilma perdeu mais que a popularidade, perdeu a confiança da população. Os indicadores de aprovação são mais voláteis e, portanto, mais facilmente reversíveis. A perda de confiança é mais grave e permanente. É possível que as futuras pesquisas mostrem uma estabilidade relativa nos indicadores, mas os políticos não devem comemorar. Trata-se meramente de uma questão aritmética: as variações acontecem em base pequena, portanto quedas adicionais serão necessariamente menores.
No Distrito Federal a situação, para o governador, é difícil. Não restam dúvidas que o desempenho do executivo melhorou e os níveis de aprovação, em relação ao início do mandato, devem ter crescido. Infelizmente o furacão das ruas deve ter carregado o Dr. Agnelo, novamente, para o buraco negro da desaprovação. Essa não deve ser, no entanto, sua única preocupação.
O enfraquecimento da base de apoio político da Presidente Dilma e o esgarçamento da aliança com o PMDB estimula o vice-governador Tadeu Fillippeli buscar um caminho próprio em 2014 e tentar montar um grupo independente para ocupar o Palácio do Buriti.
Agnelo Queiroz não enfrentará sozinho a atual rejeição das ruas aos políticos tradicionais. Tadeu Fillippeli, Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, detentores de um grande cacife eleitoral, terão muitos problemas com a irritação dos eleitores e muitas dificuldades para apresentar suas candidaturas. Direta ou indiretamente.
(*) Ricardo Penna é Arquiteto, PhD Planejamento Regional, Fotógrafo (CB 1971, Estadao 72/73, Veja 74)