Em ata de reunião de 17 de abril do Conselho Municipal de Meio Ambiente, da Prefeitura do Rio, obtida pelo DIA , representante do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) alertou que as áreas 2 e 5 do loteamento Vila Mar, nas quais foi instalado o Campo da Fé, eram frágeis e com presença de mangues. Ainda assim, o terreno foi escolhido pelo Comitê Organizador Local (COL), que investiu ali, só em terraplanagem, cerca de R$ 22 milhões. A Prefeitura do Rio aplicou R$ 6 milhões na infraestrutura no entorno do campo.
Segundo o biólogo Mário Moscatelli, o local é reconhecidamente área de mangue e apicum (terreno arenoso que margeia os manguezais), portanto instável e sujeito a inundações. Para tornar a área edificante seriam necessários muito mais recursos, “mas prejudicaria ainda mais a reserva biológica de Guaratiba”.
Para a Construtora Vila Mar, proprietária do terreno — que quer implantar ali um loteamento imobiliário com imóveis até do programa ‘Minha Casa Minha Vida’ —, as intervenções representam uma enorme economia de recursos no empreendimento.
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Foto: Arte: O Dia
Licença para loteamento desde 2010
Na edição do último dia 3, o Informe do DIA revelou que um dos maiores empresários de ônibus da cidade, Jacob Barata Filho, é um dos donos do terreno em Guaratiba. Apesar de a Construtora Vila Mar ter licença prévia do Inea desde julho de 2010 para implantar o loteamento, até o início da instalação do Campus Fidei muito pouco havia sido feito na área.
Ontem, o prefeito Eduardo Paes voltou a afirmar que não houve aplicação de dinheiro público dentro do terreno e que o investimento coube ao COL. Para o biológo Mário Moscatelli, sem uma boa preparação do solo, era previsível o alagamento devido a instabilidade do local.