
— Nossa manifestação tem natureza distinta (das realizadas por jovens em junho). Ontem, buscamos parar fábricas e empresas, pois a participação dos trabalhadores é para mexer com a estrutura econômica do país. Essa é a força da nossa manifestação, não é a quantidade de pessoas que foram para as ruas. Fizemos uma escolha, que foi priorizar as paralisações. Essa escolha não é compatível com levar todas as pessoas para a mesma manifestação. Um operário que para de madrugada não vai ficar até as 15h na Avenida Paulista. A importância não se mede na quantidade de pessoas nas manifestações — disse José Maria de Almeida, presidente da Conlutas.
As principais centrais sindicais do país prometem fazer um dia nacional de paralisação no dia 30 de agosto, caso as conversas com o governo federal para atender a uma lista de demandas trabalhistas não avancem o suficiente nas próximas semanas.
— Foi um sucesso a paralisação, até atividades que nós não esperávamos aderiram à paralisação. Foi importante para mostrarmos bandeiras históricas dos trabalhadores. Vamos agora dar prazo para que o governo cumpra as reivindicações e para voltar as negociações a sério. Se o governo não nos chamar para conversar, teremos o Dia Nacional de Paralisação, em 30 de agosto, que pode se transformar em greve geral — disse o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
Questionado sobre o pagamento para que pessoas comparecessem ao ato das centrais na quinta-feira na Avenida Paulista, em São Paulo, o presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que nenhuma central sindical orientou sindicatos para dar dinheiro a jovens que foram ao protesto.
— São dezenas, centenas de sindicatos filiados às centrais sindicais em São Paulo. E as centrais sindicais não têm ingerência na soberania de cada sindicato. Os sindicatos levam militantes, diretores e ativistas da forma que acham mais conveniente. Tem sindicato que acha que é importante pagar refeição e condução para as pessoas que vão ao ato de madrugada — disse Patah, afirmando que ninguém pagou para pessoas passarem “o dia” no protesto.
Patah disse que vai buscar saber “com profundidade” sobre as denúncias de pagamento a claque para engrossar o protesto, mas afirmou que não vai desfiliar sindicatos.
As centrais disseram estar unidas em torno das reivindicações por jornada de trabalho de 40 horas, fim do fator previdenciário, 10% dos investimentos do PIB em educação, fim de terceirização, reforma agrária e política salarial para os aposentados. Informações de O Globo.