Venda de Hotel Alvorada é contestada por sócio

Isa Stacciarini, Jrnal de Brasília

Uma incoerência na venda do Alvorada Hotel, implodido em novembro de 2011, para a construtora JC Gontijo pode anular a comercialização do empreendimento. Isso porque quando o hotel foi repassado à empresa, por cerca   de R$ 50 milhões, um dos sócios do edifício, Jeovane de Morais, não foi consultado. Inclusive a assinatura do empresário teria sido forjada na alteração contratual. O contrato supostamente irregular coloca em risco, inclusive, os interessados na aquisição de uma unidade do novo hotel. 

 O motivo é   uma   ação judicial favorável pela anulação da venda. Com a sentença, qualquer  construção  no local pode ser   interrompida, o que coloca em risco o investimento  de interessados em negociar flats do hotel. 

 Jeovane, que é empresário do ramo hoteleiro, detém 9% do Alvorada, além de ter um percentual de 2,47% como fiel depositário das cotas do empreendimento, localizado em área nobre da capital,  ao lado da Torre de TV e do Centro de Convenções.   

 Proposta

 Mesmo participando ativamente como um dos sócios, Jeovane não teria sido consultado por nenhuma das partes. Há quase dois anos, em 4 de julho de 2011, o Alvorada foi vendido  ainda na constância da sociedade. Um dia depois, ele teria sido procurado por um dos sócios que propôs negociação da parte de Jeovane. O empresário acertou a venda por  R$ 1,75 milhão. Porém, a informação de que o hotel já tinha sido vendido  teria sido omitida.

 A desconfiança   surgiu quando Jeovane recebeu uma transferência na conta   feita pela JC Gontijo. Depois, ele foi surpreendido com a notícia da venda nos jornais. E em vez de  R$ 1,75 milhão, o empresário alega que o valor correto por sua parte é de R$ 5,5 milhões.

Justiça do DF anulou comercialização

 O advogado de Jeovane, Mauro Roza, avalia que houve um deslize por parte da  JC Gontijo em não sentir a falta da posição de um dos sócios. Além disso, segundo Roza, houve falsificação de assinatura. “Foram reconhecidas firmas de seis outras assinaturas e quando chega na suposta assinatura do Jeovane, não tem.   Há uma sentença   reconhecendo a falsidade”, diz.

 Entre os processos movidos pelo advogado, foi dada entrada em uma ação para anular o contrato de compra e venda de Jeovane com os demais sócios.  No último dia 5, o TJ anulou a venda por entender que houve prejuízo ao empresário. “Com isso, Jeovane volta a ser sócio da empresa. Portanto, qualquer negociação feita entre o hotel e a JC Gontijo tem que ser submetida a ele”, esclarece.

 Segundo Roza, o cliente não tem interesse em vender a sua parte.  Ele quer construir o próprio hotel, comprando a parte dos sócios.

 Versão Oficial

 De acordo com a JC Gontijo, a empresa tem o relatório de sentença junto à proposta de compra e venda. Segundo a construtora, o hotel tinha  variados sócios e Jeovane detinha uma parte pequena se comparado aos demais proprietários.  A empresa alega que foi feito um conselho e mais de 50% da sociedade optou pela venda do empreendimento. Por último, a construtora aponta que tinha ciência do processo, mas, segundo a empresa, a JC Gontijo comprou um bem da sociedade e adquiriu o hotel. Por isso, segundo os representantes, a construtora não tem nenhuma responsabilidade pela venda do bem. Para eles, a discussão é interna entre sócios que venderam hotel.

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