Dilma: pacto para avançar

 (*) Chico Vigilante

Há dois dias me posicionei na minha página no Facebook  sobre a necessidade da presidenta Dilma Rousseff se pronunciar publicamente a respeito das grandes manifestações que estão ocorrendo em todo o país, deixando perplexos muitos brasileiros – os que se manifestam pacificamente nas ruas e os que se calam apoiando ou divergindo dos protestos.

Como presidenta de todos os brasileiros, ela se dirigiu à Nação e muito nos orgulhou. Mostrou que compreende o momento, que percebe a importância das manifestações para a vida política do país em direção ao aperfeiçoamento da democracia e, principalmente, demonstrou ser uma líder nata, propondo medidas para avançar.

Foi prova de sabedoria o anúncio de um grande pacto a ser discutido em encontros convocados por ela entre governadores, prefeitos e líderes de movimentos pacíficos, de organizações da juventude, entidades de trabalhadores e associações populares.

A pauta destas reuniões deverá incluir o levantamento de sugestões sobre a elaboração de um Plano  Nacional de Mobilidade Urbana; a discussão a respeito da utilização de 100% dos royalties de petróleo para a educação; medidas para a melhoria do atendimento pelo SUS, a exemplo da contratação de milhares de médicos estrangeiros; além da busca de convergências em torno de uma reforma política, vista por todos como oportuna neste momento.

Dilma demonstrou em vários momentos de seu discurso aceitar como legítimas e necessárias as manifestações, mas lembrou que como presidenta tem a obrigação de ouvir todos os segmentos e de garantir a manutenção da lei e da ordem, princípios indispensáveis à democracia.

Num dos momentos mais emocionantes de seu discurso, a presidenta chamou a atenção dos jovens para o fato de que o Brasil lutou muito para se tornar um país democrático durante anos e anos de ditadura militar e que ainda está lutando para se tornar um país mais justo. “não é fácil chegar onde chegamos nem onde querem chegar os que estão se manifestando nas ruas. Só tornaremos isso realidade se fortalecermos a democracia, o poder cidadão e os poderes da República”, afirmou ela.

E com certeza isso não será feito permitindo o vandalismo. Neste sentido ela foi clara: “não podemos permitir que uma minoria violenta e autoritária  destrua o patrimônio público e privado e leve o caos aos principais centros urbanos. Não  podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil… Asseguro que vamos manter a ordem”.

Numa demonstração de sensibilidade e experiência histórica, Dilma Rouseff mandou um recado para os que sabem ler: “as manifestações mostram a força da nossa democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar. Estou ouvindo vocês”, assegurou. “Se aproveitarmos este impulso, poderemos fazer melhor e mais rápido muitas coisas que ainda não conseguimos realizar, devido a limitações políticas e econômicas”.

Assim como a presidenta Dilma, enxergo na energia demonstrada pela juventude brasileira, nas manifestações, fator importante para o fortalecimento das instituições, da organização popular e da própria democracia.

(*) Chico Vigilante é deputado distrital do PT-DF

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