Goiás_247_ Cerca de 20 mil manifestantes segundo números da Polícia Militar e 50 mil nas contas dos organizadores ocuparam as ruas do centro de Goiânia nesta quinta-feira (20) em passeata contra a má qualidade do transporte públicos, entre outras bandeiras como o combate à corrupção e contra o projeto de lei da chamada “cura gay”. A concentração aconteceu na Praça do Bandeirante e a maior parte da passeata seguiu para a Praça Cívica, em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, sede do governo estadual. Outros grupos dirigiram-se para a Assembleia Legislativa e as praças do Cruzeiro e do Ratinho. Depois, retornaram à Praça Cívica.
Houve registros de atos isolados de vandalismo, sem maiores consequências. A PM entrou em ação para dispersar um grupo que atirava pedras no prédio do Procon-Goiás, na Rua 2. Segundo informações da reportagem da Rádio 730, houve um outro princípio de confusão na Avenida 84, próximo à Praça Cívica, mas que foi rapidamente controlado.
Em outro episódio, um jovem foi preso quando se armava de pedras, também na 84, em frente ao prédio do Conselho Regional de Educação Física. Ele foi denunciado pelos próprios manifestantes, que aplaudiram a ação dos policiais.
Entre os preparativos do ato, integrantes de movimentos populares fizeram uma reunião com a PM no início da tarde e ficou definido que a Rotam e a Tropa de Choque não participariam do protesto, a não ser em casos de vandalismo. Não foi necessária a intervenção.
A polícia adotou como estratégia deixar a manifestação fluir, com a tropa sempre recuando à medida que os manifestantes se aproximavam. Na concentração, policiais femininas entregaram 10 mil rosas brancas aos manifestantes que chegavam.
O trânsito nas principais avenidas da região foi interrompido e ficou lento nas adjacências. Linhas de ônibus que trafegam pelo centro foram desviadas para outros trajetos, mas a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) garantiu a circulação durante todo o dia. A dispersão de manifestantes gerou tumulto no trânsito no triângulo entre as praças Cívica, do Cruzeiro e do Ratinho, já que a Agência Municipal de Trânsito não previa a rota de manifestantes nesse local e, portanto, não desviou o tráfego.
O comércio nas principais avenidas do centro baixou as portas. Nos setores Sul e Oeste alguns comerciantes também preferiram encerrar as atividades mais cedo. Havia o temor de saques e arrastões entre comerciantes, mas nenhum incidente do tipo foi registrado.
Nas redes sociais foi intensa a troca de mensagens e fotos. Um grupo de webdesigners disponibilizou pelo Youtube, nas primeiras horas do protesto, imagens ao vivo da concentração na Praça do Bandeirante.
Bandeiras
O anúncio do congelamento da tarifa do transporte na Grande Goiânia em R$ 2,70, feito pelo governador Marconi Perillo e pelo prefeito Paulo Garcia na noite de quarta-feira (19), não arrefeceu o ânimo dos manifestantes. Entre as bandeiras levantadas no protesto estavam melhorias na saúde, na educação, na segurança e no transporte; o fim da corrupção; contra os gastos excessivos na reforma dos estádios da Copa; a redução do valor da passagem de ônibus; contra a PEC 37; pelas reformas política e tributária; e contra o projeto de lei da chamada “cura gay”.