CIA vai fornecer armas para rebeldes sírios em semanas

Washington Post

A CIA prepara o envio de armas aos rebeldes sírios com a utilização de bases clandestinas na Turquia e na Jordânia que foram expandidas, nos últimos anos, em um esforço para estabelecer rotas confiáveis de equipamentos não letais para dentro do país, disseram autoridades americanas.

A expectativa é que as bases comecem a enviar uma quantidade limitada de armas e munições nas próximas semanas, segundo as autoridades, servindo como elos importantes para a escalada de envolvimento dos Estados Unidos na guerra civil, que recentemente viu um avanço das forças do presidente Bashar al-Assad.

Especialistas em Síria alertaram que a oposição a Assad continua uma caótica mistura de elementos seculares e islâmicos, ressaltando o risco de que munições oferecidas pelos americanos podem ser desviadas dos destinatários escolhidos.

Mas as autoridades envolvidas no planejamento do envio de novas armas anunciado pelo governo Obama na quinta-feira disseram que a CIA desenvolveu um entendimento claro da composição das forças rebeldes, que começaram a se fundir nos últimos meses. No último ano, a CIA também criou um novo escritório em sua sede em Langley para supervisionar seu crescente papel na Síria.

— Nós temos relações hoje na Síria que não tínhamos há seis meses. Podemos enviar equipamentos não só para dentro do país, mas para as mãos certas — disse Benjamin Rhodes, vice-assessor de Segurança Nacional de Barack Obama, numa entrevista coletiva na Casa Branca.

A confiança de Rhodes contrasta com as preocupações expressas por funcionários da inteligência americana, no ano passado, de que a CIA e outras agências de espionagem ainda estavam se debatendo para conseguir uma firme compreensão dos elementos da oposição. Um fato citado como explicação para a relutância de Obama em considerar enviar as armas.

— O foco do quebra-cabeças sírio ficou mais definido no ano passado, especialmente o arranjo dos vários grupos antirregime. Embora a oposição continue longe da união, as estruturas militares e os processos de coordenação melhoraram — disse uma autoridade familiarizada com as avaliações da CIA sobre o conflito, que falou sobre condição de anonimato.

Militares pró-democracia

A certeza crescente é um dos fatores que levaram a uma reviravolta na política americana contrária ao envio de armas letais, que dura desde que a guerra civil começou há mais de dois anos.

A missão na Síria carrega riscos substanciais, incluindo o duradouro medo de que as armas caiam nas mãos de extremistas que podem querer impor um regime salafista ou usar essas armas contra alvos em Israel ou países ocidentais.

O objetivo é entregar as armas para um grupo chamado Conselho Militar Supremo, chefiado pelo general Salim Idris e outros ex-militares sírios favoráveis à criação de um governo democrático.

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