A necessidade de manutenção dos empregos dos rodoviários, em virtude da renovação da frota de ônibus do transporte coletivo, foi o principal assunto discutido na comissão geral que a Câmara Legislativa realizou na tarde desta quinta-feira (6), no plenário, por iniciativa do deputado Chico Vigilante (PT). Sindicalistas, rodoviários, parlamentares e técnicos do governo foram unânimes na defesa de negociações com os novos patrões, para que a categoria consiga o máximo possível de recontratações no setor.
Ao abrir o debate, Vigilante lembrou a importância histórica da renovação da frota de ônibus do DF, melhorando o atendimento aos usuários do transporte coletivo. “Muitos apostaram que não iríamos conseguir concretizar essa licitação e garantir a mudança das empresas do transporte coletivo”, enfatizou o distrital, destacando que o governo já está se mobilizando para atuar na defesa dos atuais empregos.
O secretário de Transportes do DF, José Valter Vasquez, garantiu que o governo, por meio do DFTrans, vai tentar negociar o maior percentual de recolocação dos atuais rodoviários. Ele comentou que, nas cidades onde já houve processo semelhante, geralmente foram absorvidos mais de 90% dos empregos. “O governo não tem instrumento legal para exigir as contratações, mas iremos agir para conseguir sucesso junto às empresas”, declarou, ao comentar que a área mais difícil de renovação é a de manutenção mecânica, em razão de os ônibus serem todos novos.
A líder do governo na Casa, deputada Arlete Sampaio (PT), também manifestou seu apoio à reivindicação dos rodoviários: “Defendemos não apenas a recontratação dos empregados, mas também a ampliação de vagas para os rodoviários, pois sabemos que temos muitos deles desempregados e que podem ser absorvidos pelo sistema”. A parlamentar comemorou o fato de os novos ônibus começarem a rodar a partir de 1º de julho, com renovação total até o final deste ano.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Osório, lembrou aos participantes que, ao longo dos anos, os rodoviários sempre lutaram por bandeiras que estão sendo adotadas pelo atual governo, como a renovação dos ônibus, licitações para novas empresas e novas rotas de circulação. Alertou, contudo, que os trabalhadores do setor estão apreensivos em virtude da ameaça de perderem seus empregos. Osório afirmou, ainda, que uma das maiores preocupações da categoria é com o pagamento das indenizações, em razão das rescisões trabalhistas. O sindicalista disse, no entanto, esperar uma resposta positiva das negociações anunciadas pela Secretaria de Transportes.
Apoio – Em nome da Câmara Legislativa, o presidente Wasny de Roure (PT) afirmou que a Casa sempre esteve envolvida no processo de discussão da renovação da frota, assim como no debate sobre o atual Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU). “Continuamos à disposição dos rodoviários para intermediar as negociações para a garantia dos seus empregos”, reforçou.
O deputado Robério Negreiros (PMDB) propôs que se faça um acordo entre o sindicato patronal e o dos rodoviários com uma cláusula que garanta a continuidade dos atuais rodoviários durante o período de quatro a seis meses, pelo menos, a exemplo do que acontece nas áreas de vigilância e serviços gerais, quando da mudança de empresas. O distrital Aylton Gomes (PR) também destacou seu apoio ao atendimento das reivindicações dos rodoviários. Informações da CLDF.
