Artesãos pedem ponto de divulgação e comercialização

Um espaço específico para a divulgação e comercialização do artesanato no Distrito Federal foi a principal demanda dos artesãos que se reuniram pela terceira vez em audiência pública promovida sobre o tema, propostas pelo deputado Chico Vigilante e Arlete Sampaio, autores da Frente Parlamentar do Artesanato no DF. O debate sobre políticas públicas de fomento e fortalecimento para a Economia Solidária no DF ocorreu na tarde de hoje (27), e lotou o plenário da Casa de artesãos de todas as regiões administrativas do DF.

A audiência foi permeada por testemunhos emocionantes e relatos de mulheres, mães que tiram da arte de trabalhar com as mãos o sustento para suas famílias. Entre eles, dois relatos especialmente chamou a atenção: Maria de Jesus de Oliveira, coordenadora do Centro de Economia Solidária RECICLA, mãe de oito filhos e moradora da Estrutural, que usa o recurso do Bolsa Família para comprar matéria -prima e confeccionar seus produtos. Para ela,   investimento nas mulheres e homens que trabalham na economia solidária e artesanato, o governo  fortalecerá as famílias, “que é onde se pode resolver essas situações que envolvem os mais jovens”. A outra artesã, dona Adelina, 70 anos, moradora de São Sebastião, dá aula para uma turma de 30 mulheres.

As duas foram consensuais num ponto: o artesanato não é apenas fonte de renda, mas também um espaço terapêutico, onde uma colega ajuda a outra. As duas reclamaram por espaço de divulgação e comercialização. Dona Adelina de São pediu ajuda para não ter que fechar o ponto onde ministra aula para as alunas

O deputado Chico Vigilante tranquilizou a artesã dona Adelina: “Eu asseguro à senhora que o ponto não será fechado, a subsecretaria de Fomento à Parceria da Sedest está aqui e vai resolver este problema”, garantiu.

O parlamentar também solicitou à Jaira Puppim, subsecretária de Fomento à parceria da Sedest, e ao subsecretário de Economia Solidária, Afonso Magalhães, para preparar um projeto com propostas que visem à criação de um centro específico de artesanato no DF. “Nós vamos dar todo apoio possível”, ressaltou.

Chico destacou que é do governador Agnelo Queiroz a autoria da Lei n° 4.899/ 2012, que instituiu a política distrital de fomento à economia popular e solidária. “Com isso, cerca de 45 mil trabalhadores que produzem e comercializam a partir da cooperação e da sustentabilidade foram beneficiados”, disse. Ele sugeriu também uma ação integrada de diversos órgãos do GDF para avançar na aplicação da Lei. “Ao menos dos que aqui estão”, destacou.

O parlamentar relembrou que quando foi deputado federal pela primeira vez, eleito em 2002,a maior demanda no seu gabinete era por emprego, mas infelizmente faltava capacitação, então ele teve a ideia de criar a primeira oficina de economia solidária da Ceilândia, que depois de driblar muitas dificuldades consegui o patrocínio da Fundação Banco do Brasil.

Chico anunciou a liberação de recursos de emenda parlamentar destinada para incentivo à comercialização de artesanato no DF. “Neste mandato destinei emenda de R$160 mil, que já está sendo desbloqueada, para comprar equipamentos com a finalidade de expandir a comercialização do artesanato. O recurso é pequeno, mas é um estímulo”, ressaltou.

Para Arlete, esse é um modelo de produção fundamental, quando as pessoas podem se juntar em cooperativas e são seus próprios patrões. “A despeito da crise que vive o mundo, se o Brasil hoje continua gerando emprego e renda, conta com uma participação das políticas de artesanato, economia que cresce 20% ao ano e já corresponde a R$ 40 bilhões do PIB nacional”, afirmou.

Coordenadora do Fórum de Economia Solidária do DF, Rosimery Pereira, reclamou da pouca oportunidade de venda, uma vez que o “talento criativo dos artesãos do DF é grande e diversificado”.

O Subsecretário de Economia Solidária da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Afonso Magalhães, reconheceu a necessidade de avançar na criação de pontos de venda e anunciou que o Centro Público de Economia Solidária, previsto na Lei n° 4.899/2012, será implantado. “Será um local para a discussão de políticas públicas. Hoje temos uma Lei que é um avião, mas uma estrutura que é um teco-teco” comparou o subsecretário.

A falta pontos de venda também foi ressaltada pelo secretário de Trabalho, Renato Andrade, que criticou ainda a “descaracterização da Feira da Torre”, que estaria deixando de ser um local exclusivo para os artesãos. O secretário aproveitou para divulgar o programa de microcrédito de sua pasta, o Prospera. “São até R$ 45 mil com as menores taxas de juros do mercado, liberado sem burocracia, à disposição de vocês”.

Tags:

Gostou? Compartilhe!

Mais leitura
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore