As festas privadas realizadas pelo ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não apresentavam apenas garotas fazendo striptease com fantasias de freiras e enfermeiras, mas também vestidas de Barack Obama e como o promotor que abriu processos contra o político. As informações foram divulgadas durante testemunho de Karima el-Mahroug, a marroquina conhecida como Ruby, que está no centro do escândalo.
As declarações de Ruby, feitas durante o julgamento de três ex-auxiliares de Berlusconi acusados de contratar como prostitutas a marroquina e outras mulheres, confirmam a atmosfera sexualmente carregada das festas “bunga bunga” promovidas por Berlusconi. Em abril de 2012 uma outra testemunha disse que em uma das festas do ex-premiê uma modelo brasileira se fantasiou de Ronaldinho Gaúcho, que na época jogava no Milan, clube que pertence a Berlusconi.
As acusações julgadas nesta sexta-feira não incluem o caso contra Berlusconi, que é processado por ter pagado para fazer sexo com Ruby antes que ela completasse 18 anos – El-Mahroug tinha 17 anos na época – e tentar encobrir o caso.
As acusações julgadas nesta sexta-feira não incluem o caso contra Berlusconi, que é processado por ter pagado para fazer sexo com Ruby antes que ela completasse 18 anos – El-Mahroug tinha 17 anos na época – e tentar encobrir o caso.
A marroquina, que agora tem 20 anos, disse que participou se cerca de seis festas, usando seu apelido, Ruby, e que após cada uma delas o ex-premiê entregou a ela um envelope com 3 mil euros em notas de 500 euros. Ela contou que posteriormente recebeu 30 mil euros por meio de um intermediário. Segundo Ruby, Berlusconi queria que ela usasse o dinheiro para abrir um salão de beleza, embora ela não tenha conhecimento para trabalhar nessa área.
Mas El-Mahroug negou que Berlusconi tenha lhe dado 5 milhões de euros. Ela reconheceu que disse isso a colegas e até mesmo para seu pai, mas que foi uma mentira para parecer ser mais importante.Os três auxiliares de Berlusconi, Emilio Fede, executivo do império de mídia do ex-premiê; Nicole Minetti, ex-funcionária da área de saúde e política, além do agente de talentos Dario “Lele” Mora são acusado de recrutar mulheres para atuarem como prostitutas nas festas e de estimular a prostituição, inclusive de menores. Eles negam as acusações.
El-Mahroug fez declarações cuidadosamente orquestrada para os meios de comunicação desde que o escândalo veio à tona, mas ela nunca havia feito um testemunho formal e público. Tanto ela quanto Berlusconi negam que tenham tido relações sexuais.