A EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que surgiu da extinta estatal Radiobrás, custará cerca de R$ 533 milhões aos cofres públicos. As informações divulgadas na edição deste domingo (21) do jornal O Estado de S. Paulo, levam em conta o orçamento previsto para o grupo de comunicação do governo em 2013.
Segundo o Portal da Transparência do governo federal, em 2012 a EBC gastou cerca de R$ 376 mi. O crescimento é de 42% entre 2012 e o previsto para 2013.
Este investimento serve para manter uma estrutura de 1.926 funcionários, divididos em oito rádios, duas TVs e uma agência de notícias. A EBC ainda é responsável pela NBR, que presta serviço ao governo federal com transmissão de conteúdo institucional ligado ao governo.
De todos os gastos do ano passado, cerca de dois terços foram para o pagamento de encargos com salários e pessoal. O custo com compra de equipamentos e materiais permanentes ficou em R$ 16 mi.
A EBC dirige a TV Brasil e a TV Brasil Internacional, presente em 68 países. Com estrutura formada por 479 funcionários, tem sete emissoras próprias e 45 afiliadas. Sua audiência, entretanto, não chega a 1 ponto, geralmente.
Em entrevista à publicação, o jornalista Eugênio Bucci relatou que o fundamental de uma TV pública não é sua audiência, mas seu papel educativo, cultural e jornalístico. Bucci, que foi presidente da Radiobrás ao surgimento da EBC, ressalva que, mesmo com este papel, alguma audiência deve haver.
— Tem muita coisa muito ruim que dá audiência. Não podemos viver a tirania da audiência, mas alguma audiência precisa existir.
O jornalista também questiona o fato de o presidente da República ser o responsável pela nomeação do diretor da estatal, sem que este passe por outro crivo seletivo, como uma sabatina do Senado. Bucci defende que que em uma emissora pública, o presidente seja escolhido por representantes da sociedade. (R7)
