Dólar tem a maior alta desde novembro de 2012

A aversão ao risco que tomou conta do mercado nesta segunda-feira (15/4), após dados abaixo das expectativas tanto na China quanto nos Estados Unidos, interrompeu a sequência de sete quedas seguidas do dólar frente ao real. A moeda americana encerrou os negócios em alta de 1,47% ante a brasileira, negociada a R$ 1,997 na venda. Foi a maior valorização desde 30 de novembro de 2012, quando o dólar subiu 1,61%.

O movimento esteve em linha com a tendência que prevaleceu entre os pares internacionais. Frente ao peso mexicano, o dólar avançou 1,57%, e ante o dólar australiano, 1,81%. A procura pelo dólar foi acentuada após explosões na linha de chegada da maratona de Boston, nos Estados Unidos. As primeiras informações dão conta de duas vítimas fatais, e 23 feridos.

Além disso, no Brasil tivemos a notícia da suspensão do IPO da BB Seguridade por 30 dias, o que contribuiu para o fortalecimento do dólar, uma vez que os investidores estrangeiros respondem por boa parte de tais ofertas.

Embora a aposta pela alta da Selic, ainda esta semana, venha ganhando força nos últimos dias, principalmente após a divulgação do IPCA na quarta passada, que rompeu o teto da meta da inflação do governo, essa não é uma estratégia defendida de maneira unânime pelos agentes de mercado.

“Temos destacado que a melhor opção no momento é a apreciação do real, com efeitos imediatos, poupando-se a elevação da Selic, que poderá afetar mais a propensão ao investimento e ao crescimento”, afirma Sidnei Moura Nehme, economista e diretor executivo da NGO Corretora, em relatório.

O real mais apreciado, se por um lado ajuda no controle da inflação, por outro prejudica o crescimento do país, uma vez que propicia a invasão de produtos importados no país.

“A Serasa Experian aponta em relatório divulgado hoje que a inadimplência do consumidor teve alta de 10,5% no primeiro trimestre em comparação ao ano passado. Um aumento da Selic não contribui para este quadro”, acrescenta Nehme.

Juros

A curva de juros futuros da BM&FBovespa, que operou em alta na primeira parte do pregão, perdeu força no decorrer da tarde, e fechou perto da estabilidade.

A explosão no evento esportivo americano acentuou substancialmente as perdas dos principais índices acionários, e impediu uma nova elevação dos prêmios embutidos na curva.

Ainda assim, muitos dos agentes de mercado entendem que o Copom pode dar inicio ao ciclo de aperto monetário já nesta quarta-feira (17/4), enquanto outra ala acredita que o colegiado pode deixar para fazê-lo apenas em maio.

Mais negociado, com giro de R$ 110,575 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho próximo subiu de 7,530% para 7,580% (mas com máxima em 7,620%), o para janeiro de 2014 ficou nos mesmos 8,17% da sessão passada (máxima em 8,28%), com volume de R$ 59,166 bilhões, e o para janeiro de 2015 caiu de 8,68% para 8,65% (máxima em 8,78%), movimentando R$ 43,065 bilhões. Informações do Brasil Econômico.

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