Ela vai descer o barraco. Não usa roupas caras, maquiagem, não tem requinte. Não é mocinha nem vilã, muito menos a protagonista. Malu Mader volta à cena com um tipo bem popular em ‘Sangue Bom’, título da próxima trama das 19h, que estreia dia 29, na Globo. Se o público está acostumado a vê-la em personagens belas, fatais, sofisticadas, Malu prefere fugir desse estereótipo.
“Não me importo se a personagem é elegante ou cafona. Eu não sou dessa elegância toda, já fui dura. Vivo de calça jeans e tênis, se tivesse que comer arroz, feijão e bife e não usar grife, tudo bem. O figurino dela é lindo e ajuda a compor, mas o que faz uma personagem marcante é a alma”, explica a atriz.
Pobre e guerreira, a garçonete Rosemere, quando jovem, decidiu se prostituir para sobreviver, mas engravidou na primeira transa. Perácio (Felipe Camargo), o cliente, sempre duvidou da paternidade e ela teve que sustentar o filho, Filipinho (Josafá Filho), sozinha. Mãe leoa, faz de tudo para defender a cria. “Tem muito da minha mãe. Ela também era intensa na questão da maternidade. Mas o meu caso é diferente, eu tenho o pai para ajudar. O Tony (Bellotto) é superpresente”, compara.
Mãe de João, 17 anos, e Antonio, 15, Malu está radiante. O filho mais velho passou para a faculdade de Jornalismo. “Desde muito cedo eu trato meus filhos como adultos. Adorei quando eles ficaram adolescentes. Não sou lúdica, de ficar de brincadeirinha. Gosto de conversar, ver filmes, bater papo sobre drogas, sexo”, conta.
A novela trata da busca desenfreada pela fama. Malu, que já foi avessa aos paparazzi, está se acostumando aos ‘novos tempos’: “Algumas pessoas da minha geração já compreendem de alguma maneira e outras estão tentando chegar lá. Para mim, foi como uma arrebentação, quando a gente pega a onda errada e toma uma caixote. Tive uma reação bastante negativa, mas agora estou um pouco mais resignada. Quando decidi ser atriz, não que eu não quisesse ficar famosa, qualquer ator quer ser reconhecido, mas a coisa ficou um pouco deturpada”.