Raad: “Quero tratamento igual a do Benedito Domingos”

Juliane Sacerdote_Brasília 247 – “Recebi a notícia de abertura de abertura de processo disciplinar com tranqüilidade. Mas agora, vou lutar para ter o mesmo tratamento dado a outros parlamentares”. O requerimento, segundo Raad Massouh (PPL), vai ser protocolado nos próximos dias. O objetivo é convencer o Conselho de Ética a suspender uma decisão sobre o caso como ocorreu no processo contra Benedito Domingos (PP). ” Gostaria de ter o mesmo tratamento que outros parlamentares tiveram. Não houve caso de que a Comissão de Ética preferiu aguardar uma decisão da justiça? Pois bem. Quero receber o mesmo tratamento. Quero igualdade de condição”, destacou ao Brasília 247.

Caso isso não ocorra, segundo Raad, ele vai pedir para que todo o processo de investigação dentro do Conselho de Ética seja aberto. “Quero que a população e a imprensa acompanhem a investigação, o depoimento das testemunhas”, explica.

Mas ao Brasília 247, o parlamentar se mostrou chateado, ao questionar que até agora “ninguém trabalhou com a hipótese” dele ser inocente, e que o episódio causou “estardalhaço” na vida dele. O distrital se disse “constrangido” e “chateado”, e que a família, a mãe e os eleitores “têm sofrido” com tudo o que tem ocorrido desde que a Operação Mangona foi deflagrada, em novembro do ano passado.

O tratamento “igualitário” não foi bem recebido pelo corregedor da Câmara Legislativa, que já criticou várias vezes a postura de se esperar respostas da justiça. Para Patrício (PT), é preciso entender que “os poderes são autônomos” e que cada um deles tem “mecanismos de investigação”.

“Para isso existe a corregedoria, para investigar na esfera política as falhas cometidas por parlamentares. Os deputados tanto defendem o fortalecimento da atividade legislativa e quando tem oportunidade preferem delegar a decisão ao judiciário”, enfatizou.

Ao Brasília 247, o petista destacou novamente que a abertura de processo disciplinar “não significa condenação”, e que a “avaliação” sobre a perda de mandado vai caber ao plenário. “O deputado Raad perde a oportunidade de ter uma investigação com ampla defesa e de ser absolvido perante à sociedade”.

Sobre a condução da investigação na Comissão de Ética, o deputado Patrício preferiu não divulgar suas expectativas e evitou comentar se existe chance de ser um novo caso ‘Benedito’. “Confiou no trabalho dos integrantes do colegiado. Eles vão desenvolver um trabalho isento. Mas se vai ser um novo caso ‘Benedito’ nós precisamos aguardar”, finalizou.

Quebra de decoro

O pedido de investigação contra Raad Massouh partiu da ONG Adote um Distrital a partir das denúncias de que o distrital teria usado o cargo desviar dinheiro público. Segundo denúncia do Ministério Público do DF, o distrital repassou R$ 100 mil por meio de emenda parlamentar ao então administrador de Sobradinho. Carlos Augusto de Barros foi indicado pelo próprio Raad, e usou o dinheiro público para fazer festas sem licitação.

No relatório, Patrício destaca que os fatos estão “bem fundamentos” nos autos do MP, não sendo, portanto, “uma denúncia calcada em meras conjecturas”. [Veja íntegra do relatório aqui] E mandou um recado para os antigos integrantes do Conselho de Ética: “entender que o Poder Legislativo deve aguardar desfecho criminal para depois decidir o destino desse parlamentar é incorrer em equívoco”, além de “colocar a reboque” a Câmara Legislativa.

Por duas vezes, a última composição da Comissão de Ética analisou o pedido de abertura de processo disciplinar contra Benedito Domingos feito pelo então corregedor Welligton Luiz (PPL). Nas duas ocasiões, os cinco parlamentares prefiram suspender o processo, com a justificativa de que “era preciso aguardar uma conclusão da justiça”.

O distrital é acusado de ter beneficiado parentes em licitações públicas, quando era administrador de Taguatinga, entre 2007 e 2008, e já é réu em dois processos junto ao Tribunal de Justiça do DF.

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