Em horário nobre, Eduardo Campos vai atacar fragilidades do governo Dilma

 Maria Lima, O Globo 

 O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), visto como um  obstáculo pelos setores do governo e do PT à reeleição da presidente Dilma  Rousseff, terá, a partir de quinta-feira e nos dias 13,16 e 18, sua imagem e  fala bombardeadas em horário nobre nas TVs e rádios de lares do Brasil inteiro  como alternativa real ao Planalto em 2014. Serão 10 inserções de 30 segundos  diárias, no horário reservado ao PSB, onde o aliado repisa o slogan “é possível  fazer mais”, e mostra, de forma contundente, fragilidades do governo Dilma nas  áreas estratégicas como educação, segurança e infraestrutura.

Ele deixou para o último programa as críticas mais pesadas à condução  econômica do governo Dilma. Dá o troco, por exemplo, na questão da disputa pela  federalização do Porto de Suape, através da medida provisória (MP) 595, que ele  diz estar sendo imposta aos governadores sem negociação e diálogo.

“Quem governa precisa saber decidir, mas não pode ser o dono da verdade. Como  aliado do governo, temos o dever de propor, participar, apoiar, criticar até  quando necessário, mas sempre com um objetivo: de fazer o país avançar. A hora é  de resgatar a confiança na nossa economia e ter foco no consumo, mas  principalmente na produção. A hora é de fazer o Brasil crescer e ganhar 2013”, dirá Eduardo Campos, que trava duro embate com o governo contra a MP do marco  regulatório dos Portos.

Em outra inserção, o governador de Pernambuco é apresentado como o de melhor  avaliação no país – 93% de aprovação entre os pernambucanos. O locutor, com  imagens sobre o tema, aborda problemas de infraestrutura do governo Dilma. Diz  que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, mas falta  infraestrutura para estocar e transportar a produção. E critica o uso de  termelétricas para fugir dos apagões e resolver um problema de falta de  investimentos em geração de energia. “Temos a matriz energética mais limpa do  planeta, mas gastamos R$ 400 milhões por mês para manter termoelétricas  poluidoras”, diz.

É a deixa para Eduardo Campos aparecer mostrando que, como aliado, ajudou  muito o governo em suas conquistas, mas que é preciso fazer mais. “Temos um país  que nos estimula, pelas conquistas e vitórias que ajudamos a construir. Mas  dentro dele tem um país que nos pede para fazer muito mais.”

Em todas as falas Eduardo Campos diz que o PSB está mostrando que dá para  usar melhor o dinheiro público, que é possível fazer mais, planejando com a  participação do povo, usando modernas ferramentas de gestão, dando um passo  adiante. “O partido socialista brasileiro tem o governador mais bem avaliado do  Brasil: 93% dos pernambucanos aprovam o seu governo, porque tem participação  popular, planejamento, metas, controle de gestão e, principalmente, resultado.  Isto é Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Isto é PSB”, diz o locutor dos  programas.

Os filmetes foram apresentado pelo secretário geral do PSB, Carlos Siqueira,  que disse ser “inconcebível” e “inaceitável” a suposta espionagem da Abin em  reuniões do governador Eduardo Campos com sindicalistas do Porto de Suape.

– Essa coisa de espionagem cheira muito mal – disse Siqueira, declarando,  entretanto, que o PSB e Eduardo Campos estão preparados para eventuais ataques  caso se confirme sua candidatura a presidente em 2014.

– Ninguém pode entrar num projeto desses sem se preparar. Tem que saber que  você pode receber crítica, elogios. É um embate. Num embate muitas coisas podem  acontecer e devemos estar preparados para responder á altura. E repudiar  totalmente essa coisa de espionagem, de utilização da máquina do estado contra  possíveis adversários. Porque isso é absolutamente inaceitável – disse Carlos  Siqueira.

 

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