Coreia do Norte impede entrada de trabalhadores sul-coreanos em complexo industrial

 O governo sul-coreano não descartou nesta quarta-feira  o uso da força após a Coreia do Norte fechar nesta manhã o acesso ao complexo  industrial de Kaesong. Autoridades disseram, no entanto, que irá permitir que  centenas de sul-coreanos voltem para casa, aliviando temores de que eles  poderiam ser mantidos como reféns. A decisão de bloquear a entrada para os  trabalhadores é mais um sinal das crescente tensões na península coreana. Na  terça-feira, Pyongyang anunciou  a reativação de instalações nucleares.

“Preparamos um plano de emergência que inclui a ação militar em situações  graves”, afirmou em comunicado o gabinete do Ministério da Defesa. “Temos que  evitar que a situação piore”, acrescentou.

Em resposta à nova procação da Coreia do Norte, a Rússia disse estar  preocupada com a situação explosiva.

– O que está ocorrendo preocupa sem dúvidas a Rússia. Trata-se de uma  situação explosiva nas proximidades de nossas fronteiras com o Extremo Oriente – afirmou o vice-ministro russo de Assuntos Exteriores, Igor Morgulov, citado pela  a agência Interfax.

O parque industrial não foi inaugurado em agosto de 2000 como parte dos  esforços para melhorar as relações entre as duas Coreias. Ele abriga 123  empresas com cerca de 50 mil norte-coreanos e centenas de empresários  sul-coreanos e gestores.

Mais de 800 sul-coreanos passaram a noite no complexo, ao norte da fronteira  mais fortemente armada do mundo. O Ministério da Unificação da Coreia do Sul  exigiu o parque industrial seja reaberto.

O ministério disse mais tarde que 46 trabalhadores voltariam às 17h (horário  local), mas o restante ficaria por lá, informou a agência de notícias  sul-coreana Yonhap.

Entre centenas de trabalhadores sul-coreanos havia um sentimento de mau  presságio de que Kaesong seria fechado de forma permanente, o que seria um golpe  de morte para o exemplo remanescente de cooperação entre as duas Coreias.

– A confiança entre o Norte e o Sul vai desmoronar, assim como a confiança  que temos em nossos compradores – disse Lee Eun-haeng, na cidade de Paju, no  lado sul da fronteira. Ele dirige uma empresa de vestuário em Kaesong.

O Ministério da Unificação disse que tinha um plano de contingência para  lidar com qualquer tomada de reféns, se ocorrer, mas não deu mais  detalhes. O Globo, com agências.

Tags:

Gostou? Compartilhe!

Mais leitura
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore