Os dados da produção industrial de fevereiro divulgados nesta terça-feira (2/4) pelo IBGE confirmaram que o forte aumento de 2,6% de janeiro foi um movimento temporário, e evidencia a recuperação ainda moderada da economia brasileira, segundo avaliação do Itaú Unibanco.
O Goldman Sachs, por sua vez, ressalta que espera por uma leve recuperação da indústria brasileira em 2013, após a queda de 2,7% em 2012, em função das diversas medidas de estímulo anunciadas pelo governo, para aquecer a venda de bens fabris.
Ainda assim, Alberto Ramos, analista do banco americano, lembra que o setor industrial deve seguir com uma performance abaixo da verificada em outros setores, como o de serviços, por conta do real que segue sobrevalorizado, da demanda externa moderada, e do elevado Custo Brasil.
Com base na sondagem industrial da FGV, que indicou estabilidade da utilização da capacidade instalada em 84,1% entre fevereiro e março, a consultoria LCA projeta um recuo de 4% na produção industrial do Brasil no mês passado, na comparação anual.
Entre outros indicadores já disponíveis, que mantém a LCA pessimista com o desempenho industrial de março, a confiança do empresário do setor recuou 1,5% no período, enquanto o PMI diminuiu de 52,5 para 51,8.
No mês passado, o setor de veículos automotores retraiu 9,1%, após a alta de 6,2% no período imediatamente anterior.
Embora o governo tenha prorrogado o IPI reduzido até o final do ano, a consultoria nota que o efeito marginal é cada vez menor, dada a antecipação das compras efetuada pelos consumidores.
Pelos cálculos da LCA, o aumento no licenciamento de veículos leves deve ficar próximo de 1% neste ano, com um incremento um pouco maior no lado da produção.
“Avaliamos que a produção de bens de consumo duráveis, em especial, deve manter a trajetória de desaceleração ao longo do primeiro trimestre, diante da forte antecipação de demanda em 2012 (com frequentes mudanças no prazo para a expiração dos incentivos tributários)”, diz Flávio Combat, da Concórdia, corroborando o cenário previsto pela consultoria. Informações do Brasil Econômico.