Francisco Dutra, Jornal de Brasília
Tentando formar uma chapa majoritária vigorosa na disputa pelo GDF, os partidos de esquerda que se opõem ao governo Agnelo Queiroz estão dispostos a abrir mão da cabeça de chapa. PDT e PSB têm nomes para o cargo de governador, mas os presidentes regionais das duas legendas definiram que a prioridade é a formação de uma coligação competitiva. Seria a forma de aglutinar forças para a sucessão.
“Nossa coligação para a chapa majoritária será de esquerda. Não queremos montar uma coligação com a possibilidade de vitória. Vamos montar uma chapa majoritária vigorosa para ganhar a eleição em 2014”, afirma o presidente regional do PDT, George Michel (foto).
DOIS NOMES DO PDT
Nesse sentido, segundo o presidente regional, a sigla conta com dois nomes potenciais para o cargo de governador: o do deputado federal José Antônio Reguffe e o do senador Cristovam Buarque. “Podemos abrir mão deles em nome de composição mais viável. Estamos falando de uma coligação para governarmos junto com outros partidos”, comenta.
Posição semelhante é formalizada no PSB. O presidente regional da sigla, Marcos Dantas, garante que o partido busca a construção de uma chapa majoritária com diferentes forças. Seriam PSB, PDT, PPS e PSOL. Segundo Dantas, nestas tratativas os valores para a definição do candidato são a capacidade de aglutinação de forças e a liderança política.
“É hora de muita conversa e café. Nós estamos trabalhando muito já que o processo eleitoral foi deflagrado antecipadamente desta vez. Mas é preciso muito cuidado. Você não pode dormir no ponto, mas tem que se preocupar emconstruir bases políticas sólidas para o projeto de 2014”, afirma Dantas.
Aliança será de centro-esquerda
Na formação da chapa proporcional, as principais legendas de esquerda apontam para a chance de composições de centro e centro-esquerda. “Ninguém ganha eleição sozinho. Mas para formar coligação é preciso ter identidade. Não se pode descaracterizar a composição”, diz Marcos Dantas, do PSB. Ao lado da coerência política, Dantas considera que a ficha limpa e o compromisso com o projeto de governo da chapamajoritária são atributos indispensáveis para candidatos a cargos parlamentares.
“Nós não temos interesse em eleger deputados de direita que não comungam com os programas dos partidos da chapa majoritária”, emenda Georges Michel. PSB e PDT estão garimpando novos candidatos para cargos proporcionais. Também estão de olho na possibilidade de apoio dos partidos de esquerda participantes do governo Agnelo, mas que estão insatisfeitos.