Vento atrapalha operação para conter fogo no Taim

 Após cinco dias de trabalho na Estação Ecológica do Taim, a coordenação da operação de combate ao incêndio espera que o fogo seja apagado nesta segunda-feira. Um dos grandes problemas é o vento, que impediu a extinção no domingo. Além disso, há o temor de que as rajadas aumentem e espalhem as chamas para áreas até então intocadas.
Na manhã de ontem, o pouco vento e a umidade animaram as equipes que atuavam no local. Dois aviões – com capacidades para 3 mil litros e 1,5 mil litros por voo – foram utilizados para despejar água na área atingida. Por terra, 14 brigadistas abafavam as chamas. A perspectiva era tão boa que o chefe da Estação, Henrique Ilha, do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), chegou a prever que o incêndio poderia ser extinto até o fim do dia.

Mas o vento vindo do Sul entre 11h e 14h30min – período mais quente do dia – fez com que o fogo se dirigisse para perto de um canal, causando risco de atingir uma região intacta e, ainda, sem acesso para os brigadistas o combaterem.
– Se não temos brigadistas, o fogo é apenas controlado, ou seja, não aumenta nem diminui – destaca Ilha.

Como o combate é feito apenas durante o dia por causa da luminosidade, uma nova avaliação será feita hoje para verificar as circunstâncias do incêndio, que teria sido causado por raios. Enquanto o fogo persiste, há preocupação com a fauna local. Os professores Marcelo Dutra Silva, do Instituto de Oceanografia, e Leandro Bugoni, do Instituto de Ciências Biológicas, ambos doutores pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), acreditam que o ecossistema irá se recompor rapidamente quando o fogo acabar, embora admitam ser difícil precisar o tempo.

– A mancha preta que é deixada pela chama na vegetação ficará verde clara em dois ou três meses, para depois ficar igual ao restante. Isso porque o fogo consome somente a parte de cima da vegetação, mas as raízes seguem intactas – explica Silva.
Para Bugoni, assim que a vegetação voltar ao normal, exemplares das espécies que morreram irão se reproduzir e habitar o local na mesma proporção de antes. Mas haverá problemas:

– Mesmo que consigam escapar do fogo, eles não poderão retornar para o local onde costumavam se alimentar e se esconder, podendo assim haver maior predação, pois estarão mais expostos a aves de rapina, por exemplo. Informações do Zero Hora.

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