Ajufe diz que Barbosa namora advogada e não pode generalizar sobre conduta de juízes

 A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) rebateu as  declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa,  que denunciou haver um “conluio” entre juízes e advogados, em sessão do Conselho  Nacional de Justiça (CNJ). Para o presidente da Ajufe, Nino Oliveira Toldo,  Joaquim exagerou na afirmação e fez uma generalização a partir de um único  caso.

— A imprensa divulgou que o ministro tem uma namorada advogada. Como é que  fica isso? — questiona Nino.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado,  disse que até “amantes” precisam ser punidas em casos de “relações promíscuas” entre juízes e advogados.

— A ouvidoria da OAB está à disposição do ministro Joaquim Barbosa e de quem  quer que seja para denunciar casos de lobby envolvendo advogados. A Ordem é  contra qualquer tipo de relações promíscuas e tem seu Código Ético Disciplinar  para ser aplicado nesses caso, não importa quem seja: advogados, filhos de  advogados, parentes e até amantes — afirma o presidente da OAB, numa resposta  encaminhada por sua assessoria de imprensa.

A Secretaria de Comunicação Social do STF disse que Joaquim não comentaria as  declarações com referência à sua namorada. O presidente da Ajufe deu outro  exemplo que, segundo ele, mostra a generalização da crítica de “conluio” entre  juízes e advogados:

— Eu sou casado com uma advogada. Agora eu tenho de me separar da minha  mulher?

Para Nino, juiz federal em São Paulo, a generalização é um “equívoco” e uma “injustiça”.

— Os juízes se formam em faculdades de Direito e ali fazem amizade para a  vida toda. Outra coisa: mandar jornalista chafurdar no lixo também não é um  exagero? — questiona o juiz, em referência ao episódio em que Joaquim se irritou  com um repórter do jornal “O Estado de S. Paulo” e o mandou “chafurdar no lixo”. No mesmo dia, o ministro se desculpou pelo episódio.

Entidades representativas dos magistrados estão em rota de colisão com o  presidente do STF. A Ajufe, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a  Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) divulgaram  uma nota conjunta, no último dia 2, para rebater uma outra crítica de Joaquim.  Em entrevista a veículos estrangeiros, o ministro disse que os juízes  brasileiros têm mentalidade “pró-impunidade”. “Causa perplexidade aos juízes  brasileiros a forma preconceituosa, generalista, superficial e, sobretudo,  desrespeitosa com que o ministro enxerga os membros do Poder Judiciário  brasileiro”, rebateu a nota.

A criação de quatro Tribunais Regionais Federais (TRFs) também coloca Joaquim  em rota de colisão com os juízes federais. O presidente do STF critica a  proposta e aponta “inchaço” no Judiciário. Os magistrados encampam a Proposta de  Emenda à Constituição (PEC) nº 544, de 2002, aprovada no Senado e em primeiro  turno na Câmara. Pela proposta, seriam criados quatro tribunais, com sedes em  Belo Horizonte, Salvador, Curitiba e Manaus.

– Afirmar que a Justiça Federal está inchada é desconhecer a Justiça Federal. Os  novos tribunais são necessários para eliminar o congestionamento de processos – diz o presidente da Ajufe. Informações de O Globo.

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