A conta da farmácia vai ficar mais cara a partir de abril. O governo federal autorizou ontem, por meio da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o reajuste anual dos remédios para o consumidor final. A correção, que será anunciada até o final de março, terá um teto de até 6,31%, de acordo com a base de cálculo em vigor desde 2003, e que considera a inflação medida pelo IPCA como fator preponderante. No ano passado, a correção máxima foi de 5,85%.
Segundo o critério estabelecido há dez anos, que leva em conta a inflação medida pelo IPCA dos últimos 12 meses, além de critérios mercadológicos, os mais de 20 mil remédios que hoje compõem as prateleiras das farmácias brasileiras são reajustados em três faixas diferentes. Elas variam de acordo com a competitividade do produto. Assim, quanto menor a concorrência, maior é a margem de reajuste. Para os genéricos, por exemplo, o reajuste máximo será de 2,7%, enquanto os medicamentos enquadrados na faixa intermediária devem ter o teto ampliado para 4,51%.
Especialista em Farmacoeconomia, Pedro Bernardo, diretor da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), ressalta, no entanto, que o ajuste no teto não deve chegar imediatamente ao bolso do consumidor. “O teto é reajustado pelo governo, mas não quer dizer que os laboratórios sejam obrigados a repassá-lo. Trata-se do limite de operação. E ainda tem o fator varejo, das farmácias, responsáveis pela ponte entre empresas farmacêuticas e consumidor final”, explicou.