O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse nesta sexta-feira que a promotoria já tem indícios de que o ex-goleiro Bruno Fernandes pagou R$ 70 mil para o réu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, matar a modelo Eliza Samudio.
Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão, na madrugada desta sexta. Segundo a sentença proferida pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues, no Fórum de Contagem (MG), o ex-atleta recebeu as penas de 17 anos e seis meses, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado; três anos e três meses, em regime aberto, pelo sequestro de Bruninho, seu filho com Eliza; e um ano e seis meses, em regime aberto, por ocultação de cadáver. Defesa e acusação vão recorrer.
De acordo com a juíza, Bruno, a quem classificou de mandante do crime, demonstrou ser uma pessoa “fria, violenta e dissimulada”. O ex-goleiro não poderá recorrer em liberdade. Por causa do benefício da progressão de regime, a tendência é a de que a partir de 2017 ele possa entrar com recurso para o regime semiaberto, pois já cumpre pena há quase três anos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Na leitura da sentença, a juíza declarou que Bruno foi o mandante de uma “trama diabólica”.
“A vítima ficou no cativeiro esperando a operacionalização da morte. O réu acreditou que sumindo com o corpo a impunidade era certa”, anotou a magistrada. Ainda segundo a juíza, o jogador é “frio, violento e dissimulado”.
O promotor Henry Wagner declarou que vai recorrer da decisão do Tribunal do Júri. “Esperava (que a pena) fosse de 28 a 30 anos.” Henry Wagner também disse que não tem esperança de que o corpo da modelo seja encontrado. “O corpo de Eliza não foi ocultado simplesmente, ele foi destruído, dissipado. Não existe a possibilidade de se alcançarem vestígios, resquícios do organismo.”
Eliza conheceu Bruno em uma festa em maio de 2009. Ela engravidou do goleiro e o bebê nasceu em 10 de fevereiro de 2010. Em junho de 2010, a modelo desapareceu.
“A promotoria já encontra elementos de que o pagamento (pela morte) foi de R$ 70 mil. A promotoria pesquisa as movimentações bancárias e apresentará à Justiça estes dados de provas”, afirmou o promotor.
Por quatro votos a três, os jurados absolveram Dayanne Rodrigues, ex-mulher de Bruno, dos crimes de sequestro e cárcere privado de Bruninho.