MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online
A operação Caixa de Pandora deflagrada nesta sexta-feira pela Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência oficial do governador do DF, José Roberto Arruda (DEM) –o governador não mora lá.
A ação ocorreu por volta das 7h e envolveu apenas um gabinete no anexo da casa oficial. Documentos teriam sido apreendidos no local.
O escritório do anexo costuma ser utilizado pelo do chefe de gabinete do governador, Fábio Simão. As buscas também atingiram as casas e gabinetes de deputados distritais da base governista e de secretários de Arruda. Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão.
Agentes da Polícia Federal também foram até a casa do assessor de imprensa do governador, Omézio Pontes. No Tribunal de Contas do DF, agentes foram à sala do conselheiro Domingos Lamoglia, que foi chefe de gabinete de Arruda. Segundo assessores, não foram levados documentos.
Todos os documentos e computadores apreendidos foram levado para a Superintendência da Polícia Federal.
Foram feitas buscas nas casas de assessores e secretários de Arruda: José Luiz Valente (secretário de Educação), José Geraldo Maciel (secretário-chefe da Casa Civil), Durval Barbosa (secretário de Relações Institucionais), Omézio Pontes, (assessor de imprensa de Arruda), Fábio Simão (chefe de gabinete da Governadoria).
Também foram feitas buscas na casa e gabinetes nos gabinetes do presidente da Câmara, Leonardo Prudente (DEM), da líder do governo, Eurides Britto (PMDB), do presidente da CCJ, Rogério Ulysses (PSB) e do suplente Pedro do Ovo (PRP). Da casa de Leonardo foram apreendidos dois computadores.
As buscas foram feitas no âmbito da operação Caixa de Pandora, que corre em segredo de Justiça.
Informações iniciais indicam que a polícia investiga o suposto crime de fraude em licitações. As investigações teriam sido iniciadas pela Polícia Civil e, posteriormente, repassadas à Polícia Federal.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Fernando Gonçalves, que preside o inquérito.
Outro lado
O governador ainda não se manifestou sobre a operação de hoje. Segundo a assessoria do GDF (Governo do Distrito Federal), Arruda só vai comentar a operação após tomar conhecimento do inquérito. Os assessores disseram ainda que o GDF está a disposição da PF para colaborar com as investigações.
Em nota, o secretário de Educação confirmou que agentes da PF estiveram na sua casa e gabinete. Afirma que foram apreendidos documentos e um laptop em sua casa.
Valente afirma que está à disposição da PF, mas que só irá se pronunciar sobre o caso quando tiver informações sobre o motivo das buscas.
“Estou à disposição do Departamento de Polícia Federal para o que for necessário, mas me reservo ao direito de só me pronunciar publicamente sobre o assunto quando tiver informações completas do que se trata”, afirma ele na nota.
Já o deputado Leonardo Prudente chegou a convocar coletiva, mas depois a desmarcou. Seus assessores informaram que ele só falará depois de se informar melhor sobre o assunto.